Isto anda tudo ligado. Por João Paulo Marques.
"Ladrão, é também aquele que faz da genialidade de outro a sua própria", Alexandre o Grande
A internet transformou-se no maior palco de sempre: toda a gente se julga especialista em algo, todos têm fórmulas mágicas para sabe-se lá quê. No networking, juram que "vamos marcar um café" – que raramente acontece. O LinkedIn parece cada vez mais um híbrido entre Facebook e Instagram.
Tudo isto se assemelha a uma feira onde só se distribuem sorrisos e se vendem certezas.
No mundo dos negócios, a narrativa é idêntica: cada pitch é "único", cada ideia é "disruptiva", e cada reunião termina com a frase ritual: "temos de marcar um café". Curiosamente, esse café é quase sempre virtual... e raramente se materializa.
O networking segue a mesma lógica: trocam-se cartões, adicionam-se contactos e promete-se futuro. A realidade? Muito disso fica perdido entre newsletters não lidas e mensagens automáticas.
Mas há esperança.
No meio do ruído, aqueles que aparecem de verdade – que entregam valor sem precisar de PowerPoint – acabam por se destacar naturalmente.
A moral da história: a internet é um palco cheio de actores. O truque não está em distribuir bilhetes gratuitos à porta, mas em subir ao palco com algo genuíno para dizer.
O Fio Condutor
O que te diferencia não são os truques ou as fórmulas – é a tua perspectiva única. A forma como vês o mundo, como ligas negócios e pessoas, como lhes dás estética e, sobretudo, propósito.
O padrão é sempre o mesmo: pegar em algo aparentemente comum – um activo imobiliário, uma vespa, um empreendedor estrangeiro – e dar-lhe contexto. Dar-lhe vida. Torná-lo singular.
No final, não se trata de gritar mais alto. Trata-se de ter algo que valha a pena ser ouvido.
Finale
No fundo, talvez o truque não seja fugir deste palco digital, mas aprender a usá-lo de forma mais autêntica. Menos performance, mais substância.