AGEÍSMO - Entre o Clássico e o Moderno: A Vantagem de Ser Experiente na Era da Inteligência Artificial. Por João Paulo Marques
Conquistar o mundo a cavalo é fácil; desmontar e governar é que é difícil. "Genghis Khan"
A Vespa, essa scooter emblemática, é um exemplo fascinante de como algo pode ser simultaneamente clássico e moderno, tradicional e irreverente. À primeira vista, parecem conceitos opostos. Parecem. Mas talvez poucos objectos carreguem tão bem esta dualidade: ser um ícone do passado que continua relevante no presente, com um apelo renovado.
Tal como a Vespa, alguns modelos de gestão também podem (e devem) combinar o melhor de dois mundos: a experiência acumulada ao longo dos anos e o poder das tecnologias emergentes. Quando cruzamos o conhecimento do passado com as ferramentas actuais, sob a lente da gestão estratégica, nascem soluções mais equilibradas, eficientes, adaptáveis…mais friendly.
A Experiência como Activo Estratégico
Vivemos um momento em que a Inteligência Artificial e a automação estão a redefinir o modo como trabalhamos. A tendência parece, quero eu arriscar, apontar para um "nivelamento" de competências entre profissionais de diferentes idades. Mas será que isso torna a experiência obsoleta?
Não…e muito pelo contrário.
Quem acumulou saber ao longo dos anos tem hoje uma vantagem decisiva: conhece o sector, já viveu ciclos económicos, enfrentou desafios reais e viu muitas modas de gestão irem , virem …morrerem.
Essa bagagem de saber que não se compra. E se actualizada com as ferramentas certas, torna-se ainda mais valiosa.
A Abordagem Híbrida: o Melhor dos Dois Mundos
Ao juntarmos a sabedoria prática com as novas tecnologias, conseguimos:
- Evitar erros já cometidos no passado;
- Preservar o que funciona;
- Impulsionar a inovação, com base em dados, IA e automatização;
- Aumentar a produtividade, mantendo o foco naquilo que realmente importa.
Este modelo híbrido, em vez de excluir, integra. Valoriza a diversidade etária e de experiências. Profissionais mais seniores, ao se abrirem à tecnologia, não perdem relevância — ganham potência.
Estudar ao Longo da Vida: o Verdadeiro Diferencial
Para que esta combinação funcione, há um ingrediente essencial: a aprendizagem contínua.
Num mundo em constante transformação, o maior risco não está na idade — mas na estagnação. Estudar ao longo da vida permite:
- Adaptar-se com mais agilidade a novas ferramentas e modelos de trabalho;
- Reforçar a confiança para liderar equipas mais jovens ou tecnologicamente fluentes;
- Descobrir novas formas de aplicar a experiência acumulada, com impacto renovado.
E não se trata apenas de fazer cursos formais. Ler, ouvir podcasts, participar de eventos, trocar ideias com outras gerações — tudo isso conta. Aprender torna-se, assim, não um acto esporádico, mas um estilo de vida.
Em resumo…
O futuro pertence àqueles que souberem integrar o melhor do passado com as possibilidades do presente. A Vespa continua na estrada — moderna, eficiente, mas fiel à sua essência. Da mesma forma, os profissionais mais experientes que abraçarem a tecnologia, que estudam que mantêm curiosidade, que interagem com outras gerações, não vão perder o seu espaço.
Muito pelo contrário: tornar-se-ão protagonistas desta nova era.
Nota sobre a frase atribuída a Genghis Khan: pode ser relativamente fácil inovar ou implementar novas ferramentas (ou "conquistar o mundo a cavalo"), mas o verdadeiro desafio está na integração sustentável, na gestão equilibrada, na consolidação ("desmontar e governar").
Porque a inovação não exclui a experiência — amplifica-a.