AGEÍSMO - Entre o Clássico e o Moderno: A Vantagem de Ser Experiente na Era da Inteligência Artificial. Por João Paulo Marques

14-07-2025

Conquistar o mundo a cavalo é fácil; desmontar e governar é que é difícil. "Genghis Khan"

A Vespa, essa scooter emblemática, é um exemplo fascinante de como algo pode ser simultaneamente clássico e moderno, tradicional e irreverente. À primeira vista, parecem conceitos opostos. Parecem. Mas talvez poucos objectos carreguem tão bem esta dualidade: ser um ícone do passado que continua relevante no presente, com um apelo renovado.

Tal como a Vespa, alguns modelos de gestão também podem (e devem) combinar o melhor de dois mundos: a experiência acumulada ao longo dos anos e o poder das tecnologias emergentes. Quando cruzamos o conhecimento do passado com as ferramentas actuais, sob a lente da gestão estratégica, nascem soluções mais equilibradas, eficientes, adaptáveis…mais friendly.

A Experiência como Activo Estratégico

Vivemos um momento em que a Inteligência Artificial e a automação estão a redefinir o modo como trabalhamos. A tendência parece, quero eu arriscar, apontar para um "nivelamento" de competências entre profissionais de diferentes idades. Mas será que isso torna a experiência obsoleta?

Não…e muito pelo contrário.

Quem acumulou saber ao longo dos anos tem hoje uma vantagem decisiva: conhece o sector, já viveu ciclos económicos, enfrentou desafios reais e viu muitas modas de gestão irem , virem …morrerem.

Essa bagagem de saber que não se compra. E se actualizada com as ferramentas certas, torna-se ainda mais valiosa.

A Abordagem Híbrida: o Melhor dos Dois Mundos

Ao juntarmos a sabedoria prática com as novas tecnologias, conseguimos:

  • Evitar erros já cometidos no passado;
  • Preservar o que funciona;
  • Impulsionar a inovação, com base em dados, IA e automatização;
  • Aumentar a produtividade, mantendo o foco naquilo que realmente importa.

Este modelo híbrido, em vez de excluir, integra. Valoriza a diversidade etária e de experiências. Profissionais mais seniores, ao se abrirem à tecnologia, não perdem relevância — ganham potência.

Estudar ao Longo da Vida: o Verdadeiro Diferencial

Para que esta combinação funcione, há um ingrediente essencial: a aprendizagem contínua.

Num mundo em constante transformação, o maior risco não está na idade — mas na estagnação. Estudar ao longo da vida permite:

  • Adaptar-se com mais agilidade a novas ferramentas e modelos de trabalho;
  • Reforçar a confiança para liderar equipas mais jovens ou tecnologicamente fluentes;
  • Descobrir novas formas de aplicar a experiência acumulada, com impacto renovado.

E não se trata apenas de fazer cursos formais. Ler, ouvir podcasts, participar de eventos, trocar ideias com outras gerações — tudo isso conta. Aprender torna-se, assim, não um acto esporádico, mas um estilo de vida.

Em resumo…

O futuro pertence àqueles que souberem integrar o melhor do passado com as possibilidades do presente. A Vespa continua na estrada — moderna, eficiente, mas fiel à sua essência. Da mesma forma, os profissionais mais experientes que abraçarem a tecnologia, que estudam que mantêm curiosidade, que interagem com outras gerações, não vão perder o seu espaço.

Muito pelo contrário: tornar-se-ão protagonistas desta nova era.

Nota sobre a frase atribuída a Genghis Khan: pode ser relativamente fácil inovar ou implementar novas ferramentas (ou "conquistar o mundo a cavalo"), mas o verdadeiro desafio está na integração sustentável, na gestão equilibrada, na consolidação ("desmontar e governar").

Porque a inovação não exclui a experiência — amplifica-a.